Stilistische und formale Beobachtungen an den Kriegerstatuen
https://doi.org/10.34780/c6uy-iyb2
Resumen
A análise de estilo e forma é o método normalmente utilizado no estudo da escultura. Face aos resultados obtidos, não restam dúvidas quanto à sua eficiência. As estátuas dos guerreiros são aqui submetidas pela primeira vez, de forma coerente, a este tipo de análise. É-nos assim permitida a observação de características, por vezes surpreendentes, nas estátuas. A descoberta quiçá mais inesperada é a diferenciação subtil, mas evidente, no tratamento das pernas e na sua posição que pode ser interpretada como uma forma do conhecido motivo de perna de apoioperna de repouso. Algumas estátuas, no entanto, não evidenciam este motivo. Assim, pela primeira vez, parece possível verificar uma evolução intrínseca nas estátuas de guerreiros. As estátuas que mostram esse motivo podem ser consideradas cronològicamente posteriores às que o não mostram, que devem, consequentemente, ser consideradas anteriores.
É evidente, que a introdução desse motivo bem como de outras características (representação plástica ‘au rond’; ornamentação dos escudos; detalhes das formas do corpo e das suas posturas; alguns aspectos dos atributos) só é explicável sob o efeito da influência romana. Por isso, as datações dessas estátuas devem ser consideradas posteriores à introdução da escultura romana no Noroeste da Península Ibérica, que com o testemunho da estátua togata procedente da foz do Douro no Porto e outros deverá ser considerada a partir de meados do séc. I d. C. Esta observação, permite estabelecer um ponto cronológico em termos absolutos para as estátuas dos guerreiros. Contudo, a evolução descrita é feita de uma maneira subtil, podendo notar-se só em detalhes. É evidente o esforço de manter o tipo de estátua inalterado; este facto produz no observador actual a sensação de que as estátuas são muito semelhantes entre si. Embora se verifique um desenvolvimento sob influência romana, a opinião, às vezes defendida, de procurar a origem das estátuas dos guerreiros na escultura romana, não tem fundamento. Porque ao lado das que evidenciam influência romana, outras há onde isso não é o caso. Tudo indica que estas últimas são as mais antigas, denunciando no entanto já todas as características tipológicas vinculantes. Quero destacar, que a característica principal das estátuas é a sua estabilidade tipológica. Se, portanto, já as estátuas mais antigas são claramente definidas tipològicamente, põe-se-nos a questão sobre que factores terão contribuido para a constituição do tipo. Porque não há estados de desenvolvimento anteriores que possam ter levado à sua formação. As comparações com a estatuária monumental celta permitem a constatação de um parentesco só até certo ponto.
Assim, as estátuas de guerreiros lusitano-galaicos revelam ser criações autóctones, que, no entanto, não são explicàveis por si só. Haverá seguramente que considerar impulsos vindos de fora, de outras regiões, ainda que se observem em número reduzido ou sejam de carácter geral. São regiões da Europa central bem como da zona do mediterrâneo, que mantiveram desde sempre relações com o Noroeste da Península Ibérica. Para a situação periférica do Noroeste Peninsular, estes foram desde sempre os centros de referência do mundo antigo.